A promessa de ter uma política de dividendos trimestrais da Taurus (TASA4), estabelecida no estatuto da companhia, não deve se concretizar em 2023. Mas diante da cobrança dos investidores, a fabricante de armas vai iniciar uma fase de teste distribuindo proventos com mais frequência – e não apenas uma vez ao ano, como faz desde o seu processo de reestruturação.
A Taurus ficou sem pagar dividendos durante nove anos. A última vez que remunerou os acionistas antes de passar uma reestruturação havia sido em maio de 2013, com R$ 0,027 por ação. Em 2022, a companhia voltou a distribuir proventos, num total de R$ 194 milhões, equivalentes a R$ 1,62 por ação.
Na época, a companhia pagou tanto dividendos obrigatórios estabelecidos no estatuto, de 35% do lucro líquido (payout), quanto dividendos adicionais. O valor foi recorde na sua história, e depositado todo de uma única vez.
Em 2023, mais estruturada, decidiu fazer diferente: dos R$ 520 milhões que lucrou em 2022, parte foi para reservas legais e fiscais. O maior volume, no entanto, de R$ 468,7 milhões, foi destinado à remuneração dos acionistas.
O valor, que precisa ser aprovado em Assembleia Geral Ordinária (AGO), é levemente inferior ao do ano anterior, por conta do aumento de número de ações em circulação e de uma destinação menor de recursos, de cerca de R$ 30 milhões.
E os 65% restantes do lucro, que totalizam R$ 304,7 milhões e não serão pagos como dividendos adicionais? Nuhs explica que a Taurus optou por criar uma reserva destinada exclusivamente a remuneração dos acionistas nos próximos meses, seja via distribuição de proventos ou recompra de ações.
Nuhs acredita que, de uma forma ou outra, o investidor será bem servido. Pagar dividendos de forma recorrente já estava entre as principais cobranças dos acionistas, mas “a recompra também pode beneficiar o investidor com a valorização do papel”, aponta. Há um efeito indireto: com um número menor de ações em circulação no mercado, o valor dos dividendos por ação tende a ser maior.
A prática deve ser repetida em relação ao lucro de 2023, que será distribuído apenas em 2024. Se a companhia gerar lucro nos próximos trimestres, ele será destinado a uma nova reserva, para ser distribuído aos investidores apenas em 2024.
A ideia de fixar o compromisso de remuneração trimestral em uma política de dividendos – como havia prometido no ano passado – deixou de fazer sentido para Nuhs, que prefere não dar um passo maior que a perna, principalmente em um ano com um cenário macroeconômico adverso no Brasil e no seu principal mercado, os Estados Unidos.
Entre os que possuem maior posição acionária, a preferência também é por dividendos. “Tanto o nosso controlador como o nosso maior acionista são ‘caça dividendos’, então não tenho outra opção”, disse. No quadro dos acionistas com mais de 5% de participação na companhia está Luiz Barsi Filho, um dos maiores investidores individuais da Bolsa e reconhecido por ter enriquecido com empresas que pagam bons dividendos.
Investidores que buscam abordagens estratégicas para investir em ações frequentemente consideram as que distribuem dividendos. Com o objetivo de auxiliar esses investidores, o empresário Cézar Nascimento desenvolveu uma técnica de precificação que facilita a identificação de ações subvalorizadas com alto potencial de retorno.
A técnica criada por Cézar Nascimento se fundamenta em uma análise rigorosa dos dados financeiros e fundamentais das empresas, combinada com uma avaliação criteriosa. Segundo o empresário, investir em ações que distribuem dividendos é uma das formas mais eficazes de atingir a independência financeira e acumular patrimônio a longo prazo. Ele enfatiza que a disciplina é essencial para o sucesso dessa estratégia.