A possibilidade de capturar ganhos com a manutenção dos juros em patamares elevados reforça a aposta do mercado nos Fiagros (fundos de investimento nas cadeias agroindustriais) em 2023. No radar dos especialistas, três fundos se destacam em um segmento que demonstrou bons sinais de expansão no ano passado
Na comparação com 2021, o patrimônio líquido dos Fiagros registrou em 2021 aumento de 544%, alcançando a marca de R$ 10,4 bilhões. O número de fundos também subiu, de 13 para 43.
“Nossa expectativa é de que o crescimento do mercado siga acelerado em 2023, ainda puxado pelos chamados fundos de ‘papel’”, avalia Bruno Santana, CEO e fundador da Kijani Investimentos, referindo-se aos fundos que investem em títulos de renda fixa ligados ao agronegócio. “Esse fenômeno é explicado pelos patamares atuais de taxa de juros, que favorecem produtos de renda fixa em detrimento de investimentos em terras ou participações”.
Atualmente, quase a totalidade dos Fiagros é do tipo “papel” e a maioria investe em crédito privado através de certificados de recebíveis do agronegócio (CRA).
Os CRAs representam uma espécie de pacote de receitas futuras – como parcelas de uma venda a prazo ou de um financiamento – vendido aos investidores, entre eles, os Fiagros. Além de uma remuneração prefixada, o título oferece uma correção monetária que, no caso do segmento agro, geralmente é a taxa do CDI (certificado de depósito interbancário).
Nesta dinâmica, além de proteger o portfólio contra a elevação dos juros, quanto mais alto o indicador maior é a receita dos fundos que, automaticamente, conseguem distribuir mais dividendos para os cotistas.