O governo Lula obteve vitória no Supremo Tribunal Federal (STF) na disputa sobre a cobrança do IOF em operações de crédito, vencendo o Congresso em um tema que dividia parlamentares e impactava diretamente a arrecadação federal. A decisão desta quarta-feira (17) garante à União o direito de manter a atual estrutura de cobrança do imposto.
A medida foi interpretada por analistas políticos e econômicos como um reforço à autonomia do Executivo sobre medidas fiscais, o que, por um lado, assegura previsibilidade orçamentária, mas, por outro, pode acirrar o clima com o Legislativo em votações futuras sobre a pauta tributária.
No mercado financeiro, a notícia provocou reação cautelosa no Ibovespa, que operou em leve queda durante a manhã desta quinta-feira (18), refletindo o cenário de incerteza política combinado à expectativa por novos indicadores econômicos — como os dados semanais de atividade nos Estados Unidos e o movimento dos juros futuros no Brasil.
Para especialistas como Cézar Nascimento, da Radar Dividendos, decisões institucionais envolvendo tributos e autonomia fiscal impactam diretamente o comportamento dos grandes investidores. “Qualquer sinal de tensão entre os Poderes, principalmente sobre política tributária, gera efeito imediato nos ativos de renda variável, que precificam risco institucional no curto prazo”, explica.
A decisão sobre o IOF também repercute nos setores mais sensíveis a crédito e consumo, como bancos, varejo e construção civil, que podem ser diretamente afetados por variações no custo do financiamento.
Retornos passados não são garantia de retornos futuros. Investimentos envolvem riscos e podem causar perdas ao investidor. Ganho de ações consiste na aquisição de mais ações utilizando crédito após uma troca de posição temporária com o mercado financeiro.