Em um mês marcado pela crise contábil da Americanas (AMER3), fundos imobiliários que mantêm ligação com a companhia registraram perdas em janeiro. Mas nada se compara ao comportamento do Tordesilhas EI (TORD11) e do Versalhes RI (VSLH11), que, mesmo sem apresentar qualquer relação com a varejista, despencaram mais de 20% no período.
De perfil híbrido, investindo em mais de um tipo de ativo, o TORD11 enfrenta atualmente um cenário desafiador, como classifica o próprio relatório gerencial divulgado pela carteira em janeiro.
Atualmente, 41,8% do portfólio do Tordesilhas EI está concentrado em equities – participação do fundo no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários para a futura venda de unidades ou cotas.
No entanto, a redução do volume de vendas e o aumento na quantidade de distratos – devolução dos imóveis – têm prejudicado de forma significativa as operações do fundo, aponta o documento.
Para se ter uma ideia, o Tordesilhas EI pagou aos investidores, em janeiro, R$ 0,04 por cota – metade do dividendo repassado no mês anterior. A decisão reflete a preocupação com a possível falta de recursos em caixa do fundo.
“Tal decisão reflete a necessidade pontual de manutenção da reserva de lucro caixa acumulada, para mitigar o risco de sua não reposição via resultado caixa positivo futuro”, confirma relatório gerencial da carteira.