O ano começou com os Fiagros (fundos que investem nas cadeias produtivas agroindustriais) engordando a conta dos investidores. Segundo levantamento feito por Anna Clara Tenan, especialista em Fiagros da Órama, a taxa média de retorno com dividendos (dividend yield) dos Fiagros tipo FII (que reproduzem a estrutura dos fundos imobiliários) foi de 1,38% ao mês. O valor supera o registrado em dezembro, de 1,27%.
Dado que os dividendos dos Fiagros são isentos de Imposto de Renda, o dividend yield equivale a um retorno de 1,62% fazendo a conta com o gross-up da tributação. Gross-up é um cálculo que permite a comparação de investimentos isentos e não isentos de impostos. O resultado equivale a uma taxa de 145% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) no mês, considerando o número de dias úteis em janeiro.
Nos últimos 12 meses, o dividend yield médio dos Fiagros tipo FII sempre superou 1% ao mês, com destaque para julho e janeiro, quando houve um pico nos dividendos.
Os fundos imobiliários também costumam ter dividendos maiores em julho e janeiro, mas não pelos mesmos motivos. Anna Clara explica que nos FIIs existe a obrigação de distribuir no mínimo 95% do resultado semestral aos cotistas. Se um fundo tiver lucro adicional retido ao final do período, a tendência é que pague dividendos elevados no mês seguinte.
Já nos Fiagros não existe a obrigação de distribuir um percentual mínimo do lucro semestralmente. A especialista destaca que os dividendos elevados em julho e janeiro se justificam nos CRAs (certificados de recebíveis de agronegócio) presentes nas carteiras dos fundos.
A maioria dos CRAs recebem semestralmente os pagamentos dos devedores, atrelados ao ano safra. Por este motivo, os dividendos costumam ser mais elevados nestes meses.