A Auren (AURE3) anunciou na véspera a homologação judicial do acordo firmado com a União, a Cesp e o governo federal para ressarcimento de ativos não depreciados relativos à usina hidrelétrica Três Irmãos.
Esta é a etapa final de uma longa negociação, que teve um importante avanço em 7 de dezembro, quando a Auren assinou o acordo com o governo federal para o pagamento à empresa de um valor histórico de R$ 1,7 bilhão (valor base de junho de 2012) , atualizados pela taxa Selic, que será pago em 84 parcelas a partir de outubro de 2023.
A indenização será embolsada pela Auren já que a companhia é fruto da fusão da Cesp, que era controlada pelo grupo Votorantim, com outra empresa do controlador, a Votorantim Energia.
As ações AURE3 subiam 2,54%, a R$ 14,55, às 10h50 (horário de Brasília) desta quarta-feira (11).
De acordo com análise do Bradesco BBI, a notícia é positiva e acaba com as incertezas sobre o acordo – assinado em dezembro, antes da mudança de governo – ser totalmente finalizado.
Para os analistas do banco, embora o reembolso do valor histórico de R$ 1,7 bilhão já esteja no caso-base dos analistas e gestores de mercado, o tema leva a duas discussões que podem destravar valor para a companhia: (i) o potencial pagamento de um grande dividendo antes de prováveis mudanças nas políticas de tributação de dividendos; e (ii) supondo que a Auren se torne mais um player de dividendos, um tema pode ser a compressão de sua Taxa Interna de Retorno (TIR), atualmente negociada a cerca de 11% (real) contra 9% no caso da geradora Engie (EGIE3), de controle privado.