A Petrobras (PETR3;PETR4) divulgou na noite de quarta-feira (8) seus números operacionais do quarto trimestre de 2022 (4T22), que vieram em linha com o esperado pelos analistas da instituições consultadas, visto que vários dados já estavam disponíveis pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Com isso, as atenções se voltaram para o debate se a estatal continuaria a pagar dividendos sob a nova administração.
Para os analistas do Credit Suisse, a Petrobras aplicará sua política de dividendos ao 4T22, o que deve resultar em uma distribuição de cerca de US$ 5 bilhões (7% de rendimento) em relação aos resultados trimestrais, cifra menor do que a prática recente de distribuir toda a sua geração de caixa livre.
O banco suíço destaca que a distribuição terá que ser aprovada pela equipe de gestão, pelo conselho e pelos acionistas em assembleia geral ordinário. Os analistas da casa ainda reconhecem o risco de que a distribuição não seja aprovada e que a estatal possa eventualmente anunciar nenhum dividendo com seus resultados do quarto trimestre, mas que esse não é o cenário base.
Além disso, o Credit Suisse destacou a redução de estoques da petrolífera – ou seja, a Petrobras vendeu mais volumes do que produziu no trimestre – “o que costuma ser uma indicação de bons resultados à frente”.
A XP Investimentos, por sua vez, espera mais um trimestre sólido de geração de caixa e projeta um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 16,4 bilhões e dividendos de aproximadamente US$ 4,5 bilhões (7% de dividend yield, ou valor do dividendo em relação ao preço da ação).
O time de análise da XP destacou que todos os olhares estarão voltados para o novo CEO, Jean Paul Prates, e as mensagens que ele transmitirá aos investidores durante a teleconferência do 4T22. “Nas últimas semanas, o saldo dos riscos políticos parece estar crescendo contra os acionistas minoritários.”