As ações da JHSF (JHSF3) registram uma sessão de forte queda na Bolsa brasileira, no pregão pós divulgação dos resultados do terceiro trimestre.
A rede de negócios de luxo em imóveis residenciais, shoppings, hotéis e restaurantes teve uma queda de 50,3% no lucro líquido consolidado na comparação entre o terceiro trimestre de 2023 e o mesmo intervalo de 2022, indo a R$ 79,4 milhões.
A queda nos resultados foi puxada pelo setor de incorporação imobiliária, que enxugou as suas atividades operacionais no período. Já os demais segmentos tiveram melhora na parte operacional e financeira.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 17,4% na mesma base de comparação anual, para R$ 197,9 milhões. Já o Ebitda no critério ajustado (sem eventos não recorrentes e as propriedades para investimento) baixou 47,1%, para R$ 135,7 milhões. A margem Ebitda ajustado teve retração de 10,5 pontos porcentuais, para 38,8%.
A receita líquida caiu 32,8%, para R$ 350,1 milhões. E as despesas operacionais caíram 1,5%, para R$ 96,6 milhões, devido a reduções nas despesas com vendas e nas administrativas.
A XP aponta que os resultados foram fracos no 3T23, apesar do desempenho positivo dos segmentos não residenciais (shoppings, hospitalidade e gastronomia).
A receita líquida desacelerou, explicada pela redução das vendas contratadas no segmento imobiliário (-30% na base anual), apesar do aumento das receitas de shoppings (+5% ano a ano) e hospitalidade e gastronomia (+3% frente o 3T22).
Já a margem bruta desacelerou (-8,8 pontos percentuais, ou p.p., na comparação anual), motivada por menores margens no segmento imobiliário versus lotes. Com isso, houve um menor Ebitda ajustado (-47% ano a ano), levando a um lucro líquido mais fraco.
Os analistas destacam que, no segmento de incorporação imobiliária, houve impacto de (i) queda nas vendas contratadas (-30% anual), com destaque negativo para o Boa Vista Village (queda de 56%); e (ii) menor percentual de conclusão (POC) nos projetos mais representativos (Reserva Cidade Jardim em 14%).
No entanto, pondera, a maior presença de produtos imobiliários no mix da JHSF (74% das vendas) continuou a aumentar a receita a apropriar, atingindo R$ 770 milhões (+33% anualmente), o que poderia ajudar o reconhecimento de receita no futuro.
O Bradesco BBI também apontou que os números apresentaram desaceleração, como esperado, devido à desaceleração na incorporação imobiliária (33% da receita bruta), com 62% das vendas do segmento sendo em projetos baseados em PoC.
“Esperamos que o 4T23 seja um divisor de águas com o lançamento da primeira fase do projeto de loteamento na cidade de Bragança Paulista (SP) e a possibilidade da primeira fase do empreendimento Real Parque (cerca de R$ 900 milhões de VGV, ou Valor Geral de Vendas), com a melhoria provavelmente continuando em 2024.
Por outro lado, outros segmentos apresentaram bons resultados, reforça. “Shoppings e Aeroportos continuaram apresentando números positivos, com vendas de shoppings e SSR (Aluguel Mesma loja) crescendo 7% na base anual, enquanto Aeroporto continuou a amadurecer, com movimentação de +75% ano a ano. O segmento de Hospitalidade e Gastronomia apresentou resultados decentes, mas não revolucionários”, ressalta.
Assim, o banco segue com recomendação outperform (desempenho acima da média, equivalente à compra) para o papel, com preço-alvo de R$ 10.
Já o Itaú BBA mantém recomendação marketperform (desempenho em linha com a média, equivalente à neutra) para o ativo.
A JHSF reportou resultados neutros no 3T23, avalia o banco, destacando que os resultados no segmento residencial continuaram a desacelerar (conforme esperado) devido à desaceleração no ritmo de vendas e ao mix de vendas com maior proporção de unidades de desenvolvimento.
O BBA lembra que a empresa já havia divulgado seus números operacionais do trimestre. Além desses, a JHSF anunciou a adição da Louis Vuitton (com inauguração prevista para dezembro) ao mix de lojistas das Lojas Jardins e a adição da Bulgari (dezembro) e da Valentino (janeiro) ao mix de lojistas da Cidade Jardim. A receita líquida continuou desacelerando, atingindo R$ 350 milhões, refletindo o diferente mix de vendas e uma desaceleração nas vendas na divisão residencial. Isso elevou a margem bruta consolidada para 51,7% (ante 56,4% no 2T23 e 60,4% no 3T22).
“As despesas de vendas, gerais e administrativas permaneceram praticamente estáveis em uma base trimestral, enquanto a linha de outras despesas aumentou tanto no trimestre quanto no ano anterior em despesas relacionadas a bônus. Por fim, a reavaliação da carteira adicionou R$ 99 milhões ao resultado, o que, combinado com um resultado financeiro mais fraco e impostos mais pesados, rendeu um resultado final de R$ 79 milhões (versus R$ 109 milhões no 2T23 e R$ 160 milhões no 3T22)”, aponta.
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Fonte: infomoney.com.br